O brasileiro é o único indivíduo que tem a mesma nacionalidade, fala a mesma língua e vive no mesmo território de alguém totalmente diferente dele. Numa mesma família brasileira, é possível encontrar um negro facilmente confundido com um africano e um branco de olhos azuis que se passaria muito bem por um norte-americano. O Brasil é o único país em que se é costumeiro ver um oriental, um mulato, loiro ou negro; olhos azuis, verdes, mel ou castanho; cabelo duro, liso, cacheado ou trançado num mesmo espaço. Mas é identificado em qualquer lugar do mundo pelas suas curvas, pela sua energia, pelo molejo e principalmente pelo jeitinho brasileiro. A imagem mais atribuída ao Brasil é a alegria das festas, são os cartões postais da cidade alta e da cidade baixa, ligados por um elevador que desafia a arquitetura de todo mundo; é o mercado modelo, tão presente na história pela escravidão. Quando se pensa no Brasil pensam muito mais na capoeira de Zumbi dos Palmares do que nas boates tecno das noites paulistas; pensa-se mais no verão no Porto da Barra do que na descendencia alemã dos gaúchos; preferem a rusticidade do paralelepípedo do Pelô do que nas vaquejadas da região centro-oeste.
Ouso dizer que a baianidade tem muito mais representatividade que a nossa maior riqueza natural, a Amazônia e até mesmo que o Cristo Redentor do Rio de Janeiro. O Carnaval dos trios elétricos é mais forte, mais misturado e mais independente do que as Escolas de sambas com tanta alegoria e extravagância. Muitos não gostam desta imagem negretudizada, mas não podem fugir disso. A brasilidade está no sangue da baiana do acarajé negra e com grandes nádegas tanto quanto a modelo gaúcha alta, magra e branca.
Os tambores do Olodum, o axé de Carlinhos Brown, a melodia de Caetano é a maior representatividade que o brasileiro pode ter.
Coisas que já disse e hoje peso um pouco para falar. Tenho cá com meus botões essa grande sensação e, aliás, é um dos temas de todo o meu "trabalho", porém certa vez me pronunciei sobre isso: a questão da contribuição cultural da Bahia e do Nordeste em geral em relação a outros estados do Brasil. Não fui bem entendido por outros brasileiros que não Baianos e Nordestinos (dá para entender). Acredito que isso é muito natural já que tudo começou aqui... Lanço até a idéia de que o mundo começou pela Bahia! Então, discretamente, engendro, concebo essa idéia em cada coisa que faço... Nossa gente é linda e de um potencial imensurável! Adorei o que li por aqui... Outras visitas virão!
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